BRASIL LIVRE

Correios: Monopólio Contra o Desenvolvimento do País
A ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - é provavelmente o maior elefante branco deixado de herança pela época das grandes estatais burocráticas e ineficientes. Como na prática monopoliza o mercado de entregas no país, principalmente de pequenos objetos, a empresa tem o poder de ditar os termos de seus serviços e as tarifas que cobrará pelos mesmos. As normas de postagem, o que é aceito em cada modalidade ou não, tudo é imposto ao cliente que, sem poder de escolha, nada pode fazer senão acatar ou ir entregar seu objeto pessoalmente. Antes de entrar numa agência para fazer uma remessa é preciso que o cliente se prepare para o bombardeio de produtos que serão empurrados para os desavisados, em especial o serviço de entrega expressa "SEDEX", que atualmente nem tão "EX" é mais. O serviço teve sua velocidade de entrega claramente reduzida para forçar o consumidor a optar pela modalidade mais cara, o "SEDEX 10". Um dos aspectos mais execráveis da atuação dos Correios certamente é a sua contribuição para dificultar o desenvolvimento das regiões mais distantes, como a Região Norte, através de serviços extremamente lentos e/ou absurdamente caros. Como exemplo, cito o custo do envio de um objeto de tamanho bem pequeno, como um CD, a partir do Rio de Janeiro/RJ para Belém/PA (valores em 10/01/2006): Encomenda normal = R$ 12,30. O último objeto que enviei com essas características nessa modalidade custava a metade deste valor, levou cerca de 30 dias para chegar ao destinatário e com a caixa em condições lastimáveis. SEDEX normal = R$ 32,10. Este é o custo para um objeto de ATÉ 300 gramas apenas!!! Fica claro que moradores destas regiões encontram enormes dificuldades para adquirir os mais diversos tipos de produtos, dentre os quais muitos que poderiam ser utilizados para fins didáticos e de aperfeiçoamento profissional. Seria também praticamente inviável que uma pequena empresa ou pessoa física situada na Região Norte iniciasse algum tipo de comércio de objetos de baixo preço a serem enviados para Estados do Sudeste e do Sul através dos Correios. Extravios de todo tipo também são cada vez mais freqüentes - já conseguiram extraviar um envelope enorme e grosso que remeti com registro. São constantemente criadas novas regras para postagem que visam apenas forçar o usuário a utilizar um serviço mais caro. E mover uma ação judicial contra os Correios implica o mesmo problema de fazê-lo contra outras empresas públicas federais como Banco do Brasil e CEF: o processo só pode ser instaurado na Justiça Federal, não tendo qualquer outro juizado competência para julgar a empresa. O usuário assim se torna um refém impotente ante as arbitrariedades cometidas. Aguardo ansiosamente o dia em que haverão alternativas a esta empresa, cujos serviços só utilizo por absoluta falta de opção.

Pedro Corbett











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